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TEMER VIRA QUADRILHEIRO NA IMPRENSA FRANCESA



Rádio França Internacional - Dois grandes jornais franceses – Le Figaro e o diário econômico Les Echos – abordam em suas edições desta segunda-feira (18) as novas denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o presidente brasileiro. Com chamada de capa, Le Figaro informa que Michel Temer foi denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma organização criminosa e por obstrução da justiça.

Le Figaro informa que o mandato do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot terminou neste domingo (17) mas, antes de partir, ele ainda "disparou uma última salva" contra a popularidade de Temer.

Les Echos detalha que Temer é acusado de ser o líder de uma organização criminosa que teria desviado € 150 milhões em propinas obtidas na assinatura de contratos de várias estatais. Informa ainda que auxiliares muito próximos do presidente, como Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco também são atingidos pelas denúncias. O correspondente do Les Echos em São Paulo lembra que Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, ocupa um cargo que corresponde ao de primeiro-ministro na França, e que Franco é o atual secretário-geral da presidência.

Mas, apesar das novas denúncias, tanto Les Echos quanto Le Figaro constatam que o presidente não deve ser importunado. "A Bolsa de Valores de São Paulo permaneceu serena, e uma das razões é o fato de o presidente ter conseguido no mês passado o apoio do Congresso para adiar a primeira acusação apresentada por Janot", nota o diário econômico. O jornal conclui que, por enquanto, a agitação política em torno do presidente Temer não coloca em risco o seu mandato, apenas adia a adoção das reformas trabalhista e da Previdência no Congresso.

A mesma constatação é feita por Le Figaro, que considera "sólida" a base de Temer no Congresso. O jornal ainda descreve a forma como nos últimos quatro anos Janot trabalhou para embasar suas denúncias, inclusive tendo oferecido dias terríveis ao ex-presidente Lula, ouvido pelo juíz Sergio Moro na semana passada.



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