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Deputado afastado por corrupção é pai do juiz que atuou com Genoíno doente



Jornal GGN – O deputado distrital Raimundo Ribeiro (PPS), afastado de suas funções na Mesa da Câmara por suspeita de participar de um esquema de corrupção envolvendo o desvio de emendas parlamentares da saúde, é pai do juiz da Vara de Execuções Penais que ganhou destaque na imprensa após atuar no caso de José Genoíno.
Preso no mensalão, o petista passou a ter problemas de saúde em decorrência de uma cirurgia cardíaca e sofreu resistência do Judiciário para obter o direito de pagar sua pena em regime domiciliar.
À época, o juiz Bruno Ribeiro, que pegou casos do chamado mensalão após o juiz anterior ser considerado muito “benevolente” com os réus, foi criticado por quase deixar Genoíno morrer na prisão.
A defesa reclamava que Genoíno não tinha bom atendimento na Papuda, que a partir das 18h de sexta-feira ficava sem médicos para pront-atendimento durante todo o final de semana. Diante de reclamações, o juiz produziu um relatório alegando que Genoíno poderia ficar na prisão, enquanto seu pai usava programas de rádio para dizer que o ex-deputado estava com "manha".
Só quando o Ministério Público Federal e o Instituto Médico Legal entraram em cena para produzir um relatório a partir de uma junta médica é que a postura do juiz Bruno Ribeiro pode ser contestada. O laudo do IML apontou que Genoíno não sofria risco de enfarte, mas precisava de atenção por conta das implicações da cirurgia. O ex-ministro Joaquim Barbosa, já baseado em laudo do médico da Câmara, permitiu que o petista ficasse 90 dias em regime domiciliar.
Um blog ligado a Raimundo Ribeiro foi denunciado por publicar texto dizendo que Genoíno inventava doença para “escapar do xadrez”. O 247 apontou que esporte favorito do Ribeiro pai era usar programa de rádio para falar mal dos “mensaleiros”, denotando que o Ribeiro filho deveria declarar-se juiz suspeito.
Após o escândalo na Câmara, o PPS do Distrito Federal informou que Raimundo Ribeiro seria afastado de suas funções na executiva do partido. Celina Leão, outra deputada distrital também investigada pela polícia foi afastada da presidência da Câmara e igualmente do PDT. Célia era do PSDB na época das supostas negociações do esquema e Ribeiro, do PSDB.
Celina Leão, segundo a apuração, articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.
Nos áudios feitos por Liliane Roriz e entregue a investigadores, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Parte dos recursos foram repassados a deputados da Mesa Diretora.

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